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Nos últimos dez anos, poucas empresas passaram por tantas transformações no mundo como a rede americana de fast-food McDonald’s. Isso vale também para o Brasil. Apontada como uma das vilãs da epidemia de obesidade que atinge crianças e adultos, a companhia teve de praticamente se reinventar. Desde os elementos que compõem o cardápio, que ganhou opções de salada e bebidas, como água de coco, até mesmo seu sistema logístico.

Por aqui, os caminhões da Martin-Brower, encarregada da logística da empresa, são abastecidos com biodiesel extraído do óleo usado para fritar as batatinhas nos 616 restaurantes da rede no Brasil. O País respondeu por 53% do faturamento de US$ 3 bilhões obtido pela Arcos Dourados, a operadora que controla o McDonald’s, na América Latina.

Além dos ganhos financeiros e do espetacular crescimento obtido no período entre 2005 e 2010, outros indicadores mostram que a empresa vive uma fase positiva. Foram esses fatores que credenciaram o McDonald’s à conquista do prêmio de A Marca Mais Forte do País, ranking realizado em parceria pela DINHEIRO e pela consultoria Brand-Analytics/Millward Brown. “Este prêmio aumenta nossa responsabilidade diante do consumidor brasileiro”, disse Marcelo Rabach, presidente da Arcos Dourados Brasil, durante a entrega do prêmio no Espaço Apas, em São Paulo, na sexta-feira 13.

Boa parte do sucesso da rede pode ser atribuída à capacidade da empresa de atender os integrantes das classes C e D. Ávidos por novidades, eles foram o motor do crescimento do consumo no País desde 2005. Em sua oitava edição, o ranking trouxe novidades importantes. A primeira delas foi o incrível salto de 55,7% no valor das 50 marcas brasileiras, quando comparado com o do ano anterior, passando de US$ 49,41 bilhões para US$ 76,93 bilhões.

Além disso, mostrou que o brasileiro recompensa qualidade do serviço com lealdade na hora da compra. “Cerca de 4% dos consumidores são extremamente fiéis às marcas que usam e essa fidelidade resulta em 37% da receita das empresas”, disse Eduardo Tomiya, diretor-geral da BrandAnalytics. “Por conta disso, fica claro que a marca é uma responsabilidade da empresa, não apenas da área de mídia e de marketing.”

Outro destaque foi a Cielo (ex-Visanet), do setor de meios de pagamento eletrônico, que protagonizou um dos mais bem-sucedidos casos de construção de marca na história recente do País. “Entramos em campo depois da concorrência, mas conseguimos cavar nosso espaço”, afirmou Eduardo Chedid, vice-presidente executivo da Cielo.

“Uma boa amostra disso é que, em apenas um ano, conseguimos atingir a marca de 1,9 milhão de lojistas conveniados e uma fatia de 57% do mercado.”

Segundo Chedid, no acumulado de janeiro a março, as máquinas da companhia processaram R$ 70 bilhões em
transações. Trata-se de um caso que ilustra bem as palavras de Christos Pitelis, diretor do Centro Internacional de Gestão e Negócios da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, durante sua apresentação. “O grande trunfo de um País como o Brasil é o caráter sustentável de sua economia”, afirmou.

A Petrobras, que atua em 28 países, é um bom exemplo disso. A estatal não apenas conseguiu figurar no topo do ranking como a marca mais valiosa do Brasil como teve seu valor ampliado em 38,8%, para US$ 13,4 bilhões. “A força da empresa decorre de seu compromisso com o desenvolvimento do Brasil tanto no aspecto econômico quanto no cultural e social”, explicou Ricardo Whately, gerente de marcas e imagem corporativa da Petrobras.

De acordo com outro palestrante, David Roth, CEO da The Store/ WPP, empresa inglesa de soluções de marketing, o fortalecimento das marcas brasileiras deve projetar cada vez mais esses nomes para o mercado internacional nos próximos anos, mas exige também um esforço contínuo para enfrentar o futuro. “É preciso manter o trabalho em cima das marcas para que não percam valor e fiquem para trás”, disse Roth.

Fonte: INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial