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Minha participação na missão oficial gaúcha à Coreia do Sul serviu para ver o que esse país fez em pouco mais de 30 anos para se tornar a terceira economia do extremo Oriente. Decidiu e planejou seu crescimento quando entendeu que era hora de deixar de ser pobre e tornar-se um país rico.

Na visita a várias organizações, houve reuniões com grandes e pequenas empresas. Todos procurando oportunidades de negócios. Afinal, ter acesso a tecnologia de ponta é meta importante para qualquer empresa que deseje bons negócios.

Até o governo do Estado busca a possibilidade de sediar outra indústria automobilística, já que perdeu uma com os pés já plantados no Rio Grande do Sul.

Há importantes empresários coreanos interessados em investir no Rio Grande do Sul. Alguns deles, no entanto, criticam a demora brasileira no básico, como infraestrutura para instalação de unidades produtivas. Os encontros foram produtivos e se plantaram sementes de negócios que oportunamente devem germinar.

Mas fica a pergunta: se temos muito mais condições do que Coreia, China, Japão e outros países que estão em melhores condições que nós, por que não fazemos o mesmo? Porque não há apoio governamental, redução de impostos, incentivos e financiamentos, acesso a tecnologia, formação de recursos humanos, logística de distribuição e muito mais. Falta vontade política, tanto dos governos quanto da sociedade e das empresas.

Há 15 anos, visitei a China, então incipiente na industrialização. Ela começou com cópias de baixa qualidade para consumo em lojas de R$ 1,99. Logo vieram os produtos mais sofisticados, com a aquisição de tecnologia de países que queriam sua mão de obra barata, quase escrava, sem impostos nem regras tributárias complicadas.

Eles desejavam que o povo tivesse emprego e mínima remuneração. Para isso incentivaram empresas estrangeiras a se instalarem em seu país. Ofereciam impostos zerados, terrenos sem custo e construção de prédios para instalação das indústrias. Em pouco tempo, a China tornou-se a segunda economia do mundo. Foi milagre? Não, foi desejo de melhorar, visão da única forma que o país tinha de sair da miséria e esforço conjunto de todos.

A ganância fiscal foi substituída pela forma de investimento indireto.