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Qualquer som, por menor que seja, pode ser considerado um grande incômodo. Em condomínios, um ruído pode ser motivo de problemas, advertência, multa e até inimizade. A própria estrutura física faz com que o som de um apartamento passe para o outro, esteja ele em cima, embaixo ou do lado.

Em um condomínio do Jardim Peri, na Zona Norte de São Paulo, moram cerca de 4 mil pessoas e as reclamações para a síndica são constantes. A securitária Taila Horvath de Araújo está reformando o apartamento, mas já avisou os pedreiros que às 17h eles têm que parar o serviço. “A gente pede para eles chegarem às 9h, saírem às 17h ou 16h30. No sábado, saem até um pouco mais cedo para não ter problema.”

Obras nos apartamentos e mudanças só são permitidas entre as 9h e as 17h. A regra existe justamente para que os vizinhos não sofram com a barulheira, mas nem todo mundo respeita. A técnica de informática Camila Rodrigues de Araújo não consegue dormir direito porque tem um vizinho barulhento. “Não tem mais o que fazer. O condomínio já tomou as medidas. Conversar com o proprietário também não resolve e a pessoa falou que não vai parar.”

Segundo a síndica do prédio, algumas rondas são feitas para coibir os barulhentos. “Tem alguns apartamentos que eu chego a ouvir o ronco do morador. No dia seguinte eu apertei a campainha da mulher e perguntei se ela tinha um cachorro e ela falou que era o marido que ronca muito. Já teve reclamação de morador que escuta o outro indo no banheiro, é difícil”, conta Sílvia Gorgulho.

No Itaim Paulista, na Zona Leste, avisos foram espalhados pelos corredores alertando os moradores. É à noite que o barulho mais incomoda. A comerciante Fabiana Rezende Requia mora no último andar e por causa disso leva a culpa por qualquer ruído que se ouça no prédio.

Já a bancária Juliana Matos Alves Rodrigues colocou o apartamento à venda. Ela se cansou de ser responsabilizada por barulhos que jura não fazer. Ela é mãe de um bebê de seis meses e já foi acordada de madrugada porque uma moradora chamou a polícia.

Fonte: G1