Escolha uma Página


Empresas de menor porte também podem ganhar visibilidade sem grandes investimentos ou tecnologias.Ela não é inatingível, muito menos distante do cotidiano. Não depende de equipamentos modernos ou de novas tecnologias. Mas precisa de uma boa dose de percepção para acontecer. 

Reunidos desde a manhã de segunda em Joinville, empresários e especialistas participam da 12ª Conferência Anpei de Inovação Tecnológica e discutem como inovar pode ser uma prática presente no dia a dia dos negócios, independentemente do tamanho da empresa.

O primeiro item da programação do evento teve como foco os micro e pequenos empresários, que, durante toda a manhã de segunda, ouviram conceitos, receberam dicas e conheceram histórias de sucesso de empreendedores do mesmo porte deles.

Convidado para abrir a série de apresentações do evento pela manhã, o diretor técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, foi enfático:

— Inovação não é um objetivo, é uma ferramenta. Inovação não pode ser um fim, é o meio para alcançar o topo.

Para ele, os pequenos empreendedores estão aprendendo que um negócio se inova quando sabe identificar as oportunidades que aparecem em seu caminho sem que isso dependa necessariamente de uma invenção tecnológica.

— Inovação serve para melhorar a qualidade de um produto ou serviço, para aprimorar a estrutura de custos, tornando o que você vende mais rentável. Sendo mais rentável, não tem como sua empresa não se tornar mais competitiva —, diz.

— Em palavras simples, inovar é fazer diferente para fazer melhor. Só que isso não se resolve com mágica e eu nem inovo porque é bonito, mas sim, porque se tem uma meta —, argumenta.

Como exemplos, o diretor citou práticas bastante comuns no cotidiano dos empreendedores, provando que não há porque se assustar diante da necessidade de se inovar.

— Uma oficina mecânica, por mais simples que possa parecer, pode ser um negócio inovador. Ela pode fazer o agendamento da revisão, e até aí tudo bem. Mas pode ir além: mais inovador ainda seria se o seu negócio se preocupasse com a mobilidade do seu cliente, indo buscar o carro ou deixá-lo onde ele precisa —, exemplificou.

— Ou, ainda, uma oficina mecânica como uma que há em Brasília, que atende especificamente o público feminino. Enquanto o carro está sendo arrumado, ela tem manicures e cabeleireiros na sala ao lado. Não é nenhum caso excepcional, essa empresária não fez nada demais. Mas soube identificar e agregar qualidades ao seu serviço —, completou.

Conceito Simples e Necessário

O primeiro debate da Conferência Anpei trouxe experiências de inovação de executivos de multinacionais. O presidente do conselho superior da Anpei, Pedro Wongtschwski, coordenou a conversa sobre a temática “Inovar agora: competição global, sobrevivência local”.

Os convidados João Carlos Brega, presidente da Whirlpool Latin America, e Siegfried Kreutzfeld, diretor superintendente da Weg, falaram sobre a dificuldade em trazer a palavra inovação de forma palpável para a sociedade brasileira. “O conceito básico é colocar isto de forma sustentada ao longo dos anos. Mostrar que inovação é simples, com o vetor principal de obter retorno econômico para compensar o investimento”, explicou Brega.

“O cenário brasileiro mostra que fica difícil inovar. O tema deve fazer parte de todas as empresas que querem sobreviver. É uma fórmula fundamental para ser competitivo”, acrescentou o diretor superintendente da Weg.

“A inovação é arriscada. É questão de cultura. O empresário deve estar disposto a aceitar o risco e a falha para ter liberdade de inovar”, acrescentou Brega.

Os executivos também falaram sobre a importância da parceria entre empresas e instituições educacionais. “Muitas inovações nasceram em pequenas empresas de base tecnológica, centros de pesquisa, universidades. As empresas precisam aproveitar os talentos”, disse Wongtschwski. Brega e Kreutzfeld concordaram e disseram que tanto a Whirlpool quanto a Weg têm ligação direta com núcleos de pesquisa.

10 Coisas que o empreendedor inovador precisa saber:

1 – Planeje o futuro de sua empresa

Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae, explica que com a economia brasileira estável, é dever do empresário ter objetivos para o futuro do negócio. Por isso, é fundamental ter um bom planejamento das ações. “As coisas estão sendo resolvidas agora, não dá para ficar esperando por algo que vai acontecer. Passamos muito tempo sem poder pensar no futuro, agora, podemos e devemos fazer isso”, afirma.

2 – Tenha um objetivo claro

 Lembre-se que inovação não é uma meta em si, ela precisa ser o caminho para chegar lá. Seja para aumentar sua participação no mercado, para agregar mais qualidade, ou para aprimorar sua cadeia produtiva, a inovação precisa ser rentável e ter um objetivo específico.

3 – Seja consciente das suas dificuldades

Segundo o diretor do Sebrae, não adianta ficar reclamando da alta carga tributária, da concorrência ou dos problemas do País. “As pequenas empresas precisam ter a maturidade para reconhecer que são parte dos problemas. Só assim os pequenos negócios sobrevivem”, diz.

4 – Fique atento às oportunidades da economia brasileira

Com o aumento da renda per capita, os brasileiros estão gastando mais. E o crescimento da classe média é uma ótima oportunidade de mercado, especialmente no setor de serviços, educação e entretenimento. Além disso, o diretor do Sebrae elenca as melhorias de infraestrutura no Brasil como um facilitador da inovação.

5 – Não fique de fora das novas tecnologias

Use a internet a seu favor e saiba que ela é uma grande fonte de informações para o consumidor de hoje. Além de pesquisar preços, ele pode avaliar a qualidade de produtos, descobrir novidades por conta própria e buscar concorrentes do seu negócio.

6 – Ouça o seu consumidor

Fique atento às tendências de mercado, e preste atenção no que o consumidor está a fim de comprar. Se não for possível vender um novo produto, melhore aquilo que já existe, inovando-o para oferecer mais qualidade.

7 – não se apegue ao seu Produto

O importante não é apenas o que você quer vender. De nada adianta ter um ótimo produto se os consumidores não querem comprá-lo.

8 – Reinvente –se

Lembre-se de que você não pode ficar parado no tempo. Inovar precisa ser uma atividade diária. Mude conforme o mercado se altera

9 – Enxergue o óbvio

Para inovar, nem sempre é preciso criar algo novo. Não esqueça que há oportunidades em coisas óbvias.

10 – Seja sustentável

Sustentabilidade existe quando seu negócio está preocupado com os impactos sociais, econômicos e ambientais. Faça a sua parte, com foco no mercado e na comunidade onde você vive.

Fonte: Diário Catarinense, Por: Larissa Guerra