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Acompanhar a Copa do Mundo de 2014, não deve sair muito barato para os brasileiros, mesmo para aqueles que não têm a intenção de gastar com ingressos para as partidas. Isso porque a carga tributária que incide sobre os itens normalmente consumidos durante o evento é bastante elevada, deixando o Mundial mais pesado no bolso. No caso da cachaça, por exemplo, o imposto embutido chega a atingir 81,87% do valor total do produto, aponta o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

No geral, a carga de impostos que estão embutidos nos preços dos produtos é maior entre as bebidas, que são praticamente indispensáveis para quem deseja reunir os amigos e acompanhar os jogos em casa. Segundo o IBPT, os tributos chegam a 76,66% na caipirinha, 55,6% na garrafa ou lata de cerveja, 45,47% na lata de refrigerante e 36,21% no suco. Engana-se quem acredita que para os aperitivos a história é diferente: a tributação corresponde a 37,3% do preço do salgadinho, 36% do amendoim, 34,99% da pipoca e 16,5% sobre o preço de queijos em geral, revela o Instituto.

Itens alusivos ao evento

O presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike, observa que “a alta de impostos também é percebida nos itens alusivos ao evento esportivo, como é o caso da bola de futebol, com 46,49% e a camisa do time, que tem 34,67% do preço revertido aos cofres públicos”.

Os serviços relacionados ao evento também possuem uma elevada carga tributária no Brasil. Se o caso é de uma viagem para outro estado para assistir ao Mundial, por exemplo, paga-se a média de 36% na viagem de avião hotel translado, aponta o IBPT. No estádio, se desejar comer um cachorro-quente, 15% do valor dele é de tributos.

Impacto

“A cobrança de impostos é uma coleta de dinheiro feito pelo governo para que pague as contas”, explica a advogada tributarista Marluzi Andrea Costa Barros, sócio do setor de direito tributário do Siqueira Castro Advogados. Segundo ela, a forma de medir o impacto dessa coleta é compará-la com o Produto Interno Bruto (PIB). “No Brasil, a carga tributária é de 35% do PIB. Isso significa que os cofres públicos recebem um valor que equivale a mais de um terço do que o País produz. Por isso fala-se tanto em necessidade de reforma tributária”, comenta Costa Barros.

Ainda de acordo com a advogada do Siqueira Castro, nos últimos 10 anos o peso dos tributos não parou de crescer. “O aumento da arrecadação pelos governos tirou da sociedade brasileira R$ 1,85 trilhão nesse período”, aponta Marluzi.

Fonte: Diário do Nordeste – CE