Banco está disposto a cumprir o mesmo papel que assumiu na última crise global, quando ficou mais ativo no mercado de crédito, diz Jorge Hereda.

A Caixa Econômica Federal registrou lucro líquido de R$ 2,3 bilhões no primeiro semestre do ano, um crescimento de 36,4% ante o mesmo período do ano passado. A carteira de crédito do banco cresceu 38% e encerrou junho em R$ 205,9 bilhões. Na carteira de crédito, o destaque foi o financiamento habitacional, com expansão de 49%, para saldo de R$ 129,3 bilhões.

O presidente da Caixa, Jorge Hereda, destacou que o banco tem conseguido crescer no crédito com taxas de inadimplência estáveis. De acordo com o executivo, o indicador, para atrasos acima de 90 dias, fechou junho em 2%, pouco abaixo dos 2,1% do primeiro trimestre do ano. “Estamos crescendo no crédito mantendo a qualidade da carteira”, disse. Para 2011, a meta do banco é crescer 30% no crédito.

Os ativos totais do banco público encerraram junho em R$ 937,2 bilhões e as receitas de prestação de serviços somaram R$ 6,1 bilhões – alta de 24%.

Hereda disse também que a Caixa está disposta a cumprir o mesmo papel que teve na crise de 2008, quando o banco público ficou mais ativo no mercado de crédito enquanto as instituições privadas colocaram o pé no freio. “Esse é um papel do banco público. Mas tem de ser feito com responsabilidade”, afirmou. “Os bancos privados erraram naquele momento. Perderam oportunidade e a gente conseguiu avançar na carteira comercial.”

Na avaliação do executivo, a crise internacional ainda não chegou ao Brasil com intensidade. “Não é que não vamos ter impacto, mas o País está preparado, após a experiência de 2008, e tem mercado interno forte”, disse. “Se os bancos privados recuarem de novo, vamos ganhar mais mercado.”

Imóveis. Em relação ao mercado imobiliário, o banco revelou ter mudado as metas para este ano. A expectativa inicial da Caixa era liberar R$ 81 bilhões. No primeiro semestre, o banco já havia feito uma revisão no primeiro semestre para R$ 84 bilhões e agora mudou novamente o número. A projeção é chegar a cerca de R$ 90 bilhões em recursos liberados este ano, segundo Jorge Hereda. “Vai ser o melhor ano para o mercado imobiliário.”

Segundo Hereda, a Caixa vem mantendo participação de 75% no mercado de crédito imobiliário. O prazo médio das operações de financiamento habitacional é de 181 meses, e 80% dos financiamentos são feitos por pessoas com até 45 anos. No primeiro semestre, a carteira de financiamento habitacional do banco cresceu 49%. Foram liberados R$ 34,7 bilhões para habitação, dos quais R$ 17,4 bilhões foram com recursos da poupança, responsáveis por 101 mil unidades financiadas. Outros R$ 13,6 bilhões foram com recursos do FGTS, que financiaram 180 mil moradias. O banco também divulgou ter liberado R$ 12,6 bilhões no programa Minha Casa, Minha Vida 2 até junho. No total, 550 mil pessoas tomaram financiamento e o programa financiou a construção de 167 mil novas imóveis.

* O Estado de S. Paulo

Claudia Mota

Assessora de imprensa do Sescon/SC – @sesconsc