Um passeio no Centro do Rio de Janeiro atesta: as camisas de clubes de futebol falsificadas estão por toda a parte e são comercializadas sem preocupação por parte dos vendedores ou dos consumidores. O território livre para pirataria despertou a atenção da Fifa e do Comitê Olímpico Internacional pelo investimento que é feito por patrocinadores em produtos oficiais e licenciados para eventos como a Copa do Mundo e Olimpíadas, que serão disputadas no Brasil em 2014 e 2016, respectivamente (Assista ao vídeo).
O investimento é alto e a possibilidade de prejuízo atormenta os patrocinadores, o que fez com que a Fifa enviasse um representante ao simpósio da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, que discutiu a questão, no Rio de Janeiro.
– A organização fez um estudo e concluiu, há cinco anos, 200 bilhões de dólares no mercado internacional. Isso não inclui perdas internas. Não sabemos ao certo o valor, mas sabemos que este é um problema real e extremamente amplo e muito difícil de lidar – disse o organizador geral da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, Francis Gurry, sobre a pirataria.
O “Sportv News” mostrou como é fácil encontrar os produtos. Não faltam opções no comércio de camisas de clubes brasileiros e internacionais.
– Quer um remédio genérico? Faz o mesmo efeito, não faz? Pelo menos é o que dizem, né? A camisa é genérica. É igualzinha – garantiu uma das vendedoras, ao oferecer o produto.
O delegado Alessandro Thiers, da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), alerta que a pirataria é crime e pode ter consequências também para quem consome.
– A pessoa que vende o produto pirata está cometendo crime e sabe que está cometendo. É importante ressaltar que não só quem lucra com a pirataria, mas quem se beneficia, seja comprando um produto pirata, também está cometendo um crime, um crime de receptação, com pena de um ano a quatro anos de reclusão – explicou.
No Brasil, o combate ainda é tímido e há apenas três delegacias especializadas neste tipo de crime, no Rio de Janeiro, Recife e Distrito Federal. Para o delegado, é preciso maior conscientização da população, o que já foi discutido entre autoridades e organizadores dos grandes eventos que terão o país como sede nos próximos anos.
– O problema da pirataria, não só no Brasil, mas no mundo, é que este é um problema muito mais social, de educação, do que criminal. A pirataria cresce cada vez mais porque há uma aceitação social muito grande – considerou Thiers.
Para David Falcks, que foi membro do Comitê Organizador nas Olimpíadas de Sydney, a transformação não pode demorar a acontecer.
– O mais importante é o processo de educar. Neste estágio, é preciso fazer com que as pessoas entendam o que elas podem e não podem fazer – disse.
Se houver avanços, os números podem ser ainda mais positivos durante a Copa do Mundo e Olimpíadas. Em 2013, ano da Copa das Confederações, a indústria esportiva deve trazer R$ 260 bilhões para a economia brasileira.
Fonte: SportTV News
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