Confira os principais trechos da entrevista do presidente do CFC, Juarez Domingues Carneiro (foto ao lado), sobre o exame de suficiência.

Os bacharéis em Ciências Contábeis e os Técnicos em Contabilidade que ainda não possuem registro profissional em CRC (Conselho Regional de Contabilidade) já podem se inscrever para a segunda edição do Exame de Suficiência de 2011. As provas acontecerão em todo o Brasil no dia 25 de setembro de 2011.

Em entrevista ao CRC/SP Online, o presidente do CFC (Conselho Federal de Contabilidade) Juarez Domingues Carneiro espera que o desempenho dos futuros profissionais seja melhor em relação ao que foi apresentado no primeiro Exame, que ocorreu em 27 de março de 2011, quando menos da metade dos candidatos, em todo o País, conseguiram aprovação.

Qual a sua avaliação sobre o primeiro Exame de Suficiência?

Infelizmente, a avaliação refletiu uma realidade dura e cruel, mas que deve ser encarada de frente. Na maioria dos casos, as instituições de ensino superior não estão formando pessoas com o mínimo de conhecimento necessário para exercer a profissão contábil. Esse cenário deve servir de alerta, uma vez que o Brasil possui mais de 1.200 instituições de ensino superior voltadas para a Contabilidade. Isso mostra que houve uma proliferação muito grande desses cursos. O Exame de Suficiência surgiu para mostrar que devemos nos preocupar muito em avaliar o modelo de ensino no País, revendo, primeiramente, as disciplinas e preparando melhor o corpo docente.

Como o senhor analisa o processo de desenvolvimento da Contabilidade?

As mudanças na área começaram a ocorrer muito rapidamente e foram aceleradas devido ao processo de convergência das normas aos padrões internacionais. Hoje, há uma preocupação muito grande por parte das empresas e organizações, independentemente do porte, com a área contábil. Todos sabem que se as informações da Contabilidade não forem trabalhadas de uma maneira séria, correta e transparente, haverá problemas futuros.

Como o Exame vem sendo recebido pelos profissionais da área?

Hoje, já existe uma preocupação crescente por parte das instituições quanto à qualidade de ensino, uma vez que a ausência das avaliações deixava tudo muito “livre”. Temos faculdades e cursos técnicos com excelente qualidade, mas algumas não estão no mesmo patamar. Acredito que o Exame de Suficiência é importante para que essas instituições saibam quando é necessário investir em treinamento, atualização e um quadro de professores mais qualificados, por exemplo.

O Exame de Suficiência trouxe valorização para a categoria?

Na primeira etapa do Exame de Suficiência, de 2000 a 2005, houve grande aceitação por parte dos Contabilistas. De um modo geral, a avaliação é bem vista pela classe. Temos observado maior preocupação por parte dos estudantes e eles mesmos veem a prova como uma forma de valorizar mais ainda a Contabilidade. E quanto mais valorizada estiver a profissão, consequentemente mais demanda de trabalho haverá para os profissionais.

A sociedade brasileira está vendo o Contabilista de uma maneira diferente?

Sem dúvida. Hoje, há bem mais credibilidade nos Contabilistas, não somente da parte da sociedade, mas também das instituições de ensino, das empresas da iniciativa privada, do poder público. Devido ao fato do mundo estar enxergando a profissão de uma maneira diferente, é necessário que todos os profissionais da Contabilidade analisem com cuidado esse novo cenário, procurando se adequar da melhor maneira e o mais rápido possível. Aqueles que não tiverem esse conceito, que não analisarem a profissão com a grandeza que ela tem, estarão fora do mercado de trabalho, já que a classe começa a contar com profissionais bem preparados e qualificados.

Fonte: CRC/SP.