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O receio dos investidores em relação ao desempenho da economia aumentou com a divulgação dos resultados trimestrais dos PIB (Produto Interno Bruto) abaixo do esperado nessa sexta-feira (30). Como consequência, participantes do mercado partiram para o dólar, na esperança de que o governo poderá desvalorizar o real e baixar os juros para estimular a economia.

O resultado trimestral do PIB foi de 0,6% — metade do que era esperado pelo mercado. Na tarde de hoje, a moeda chegou a R$ 2,13.

Na quinta-feira (29), o dólar também bateu a marca dos R$ 2,10 — nível que era considerado um teto para a cotação pela maioria do mercado. Agora, os operadores seguem em alerta sobre uma possível intervenção do Banco Central.

Nessa semana, o mercado voltou a comprar dólar depois do alívio relacionado às negociações da dívida grega, e, segundo investidores, há uma atmosfera de expectativa em relação aos US$ 1,52 bilhão em contratos de swaps cambiais reversos que têm vencimento na semana que vem. Swaps reversos são como uma compra de dólares no mercado futuro, que o BC usa para controlar a oscilação da moeda.

Na semana passada, a autoridade monetária havia vendido dólares ao mercado, conforme o presidente do banco havia anunciado a possibilidade de haver intervenção na moeda. Fontes do mercado acreditam que uma nova faixa de variação (banda) está se configurando para o dólar. Apesar de adotar um câmbio flutuante, parte dos analistas diz que o País está lançando mão de um “câmbio sujo” — o que seria um câmbio flutuante, mas dentro de uma variação.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, atribui a recente alta do dólar à maior demanda por moeda estrangeira no fim do ano, em âmbito internacional. Segundo ele, o final do ano tem tradicionalmente uma oferta menor de dólares e uma demanda maior, num movimento que tende a se reverter logo no inicio do ano.

Prontidão

Tombini disse na semana passada que o BC “está pronto, sempre pronto” para atuar, ao mesmo tempo em que negou a existência de uma banda para o câmbio.

Na quarta-feira, o dólar chegou a ser negociado a R$ 2,099, mas apenas uma carta circular do BC reiterando uma mudança técnica nas divulgações das intervenções fez a alta desacelerar.

O governo tem apontado que essa recente valorização do dólar ocorre também nos mercados internacionais em resposta a eventos internacionais como o conflito no Oriente Médio ou o temor nos Estados Unidos sobre o “abismo fiscal”. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve se reunir com líderes da oposição para discutir o assunto ainda nessa semana.

O BC disse ao mercado ainda que está atento para evitar que fluxos muito fortes das divisas para dentro do País causem problemas internos.

Fonte: Noticias R7