O mercado de seguros cresce em ritmo acelerado nos últimos anos por conta do desenvolvimento econômico e elevação do poder aquisitivo do brasileiro. Somente no período de janeiro a maio de 2011, os prêmios somados chegaram a R$ 41,2 bilhões, acréscimo de 20% no período, de acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
O segmento residencial segue a tendência do mercado, com crescimento de 16,86% nos quatro primeiros meses do ano em prêmios, de R$ 485,078 milhões, para R$ 566,884 milhões. No entanto, condomínio apresenta oscilações a cada período. De janeiro a maio de 2011, a queda foi de 1,04% em prêmios, de R$ 76,452 milhões em 2010, para R$ 75,655 milhões. Para especialista da área, os dois segmentos devem sofrer alterações.
Segundo David Nigri, advogado tributarista e especialista em seguros, o residencial cresce pelo empenho das seguradoras e corretores em oferecer o serviço. “É importantíssimo, mas o problema é que o brasileiro ainda não reconhece a necessidade do seguro pelo baixo índice de ocorrências, somente quando acontece alguma coisa”. A sinistralidade até maio de 2011 chega 28,4%, enquanto no ramo de automóveis, por exemplo, o índice atinge 64,20%, segundo Susep.
Ao ser questionado sobre a relação entre o aumento de 16,85% neste ano e os desastres naturais dos últimos anos, como os alagamentos na região Serrana do Rio de Janeiro, Nigri acredita não haver impacto. “Nessas regiões o interesse é maior, mas as seguradoras aumentam o preço por causa do alto risco”.
Um exemplo da aceleração do residencial é visto na Porto Seguro. No primeiro trimestre de 2011, os prêmios cresceram 4,3%, de R$ 20,9 milhões para R$ 21,8 milhões neste ano somente neste ramo.
De acordo com o diretor de produto da empresa, Edsom Frizzarim, a importância vai além de cobrir a moradia do segurado. “O seguro residencial é importante tanto para o espaço físico quanto para os gastos inesperados, como a reposição de eletrodomésticos roubados, equipamentos queimados por causa de descargas elétricas, reconstituição de um telhado destruído, entre outros prejuízos.”
Em seguros para condomínios, os prêmios acumulados em maio de 2011 somam R$ 75,655 milhões. Já em sinistros, foram pagos R$ 58,55 milhões, aumento de 17,93% ante os R$ 49,65 milhões amortizados no mesmo período de 2010. Nos próximos anos, contudo, o mercado deve sofrer alterações. Desde o dia 1º de julho, está em vigor a Resolução 218/2010 do Conselho Nacional de Seguros (CNSP), que determina que as companhias devem oferecer duas modalidades, a cobertura básica simples (incêndio, queda de raio e explosão) já oferecida atualmente, e a cobertura básica ampla (quaisquer danos).
O especialista David Nigri explica que a modalidade é obrigatória para condomínios em caso de incêndios e, por isso, é mais barato pelo baixo índice de ocorrências
“A resolução muda porque a seguradora só oferecia o que não havia risco, a de incêndios. Agora é obrigada a oferecer mais opções de cobertura, o que elevará o risco. A seguradora não quer pagar sinistro”, conta.
Para Marcelo Goldman, diretor executivo de massificados da Tokio Marine, as alterações realizadas pela resolução também garantem a indenização das perdas ou danos materiais causados à edificação e partes comuns do imóvel, no plano cobertura básica ampla. “A principal mudança é a possibilidade de serem contratadas coberturas adicionais dentro da Categoria Básica, de acordo com os riscos aos quais o condomínio segurado estiver sujeito”.
Fonte: http://www.segs.com.br
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